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quinta-feira, 22 de julho de 2010

ALEGRIA DE SER - 24 de Julho às 15h00 - Museu da Língua Portuguesa




Desafio orquestral...

Versos que eu faço
São sem espinhos:
Para crianças
E passarinhos.

Destes persigo
A competência,
Quero daquelas
Graça e indulgência.

Que perto deles
Logo te ancores:
Não são proibidos
Para maiores...

Que neles haja
Sabor de cantos
E em todos cause
Prazer e encantos.

Que eu faço versos
Mas sem espinhos,
Com partituras
Pros passarinhos...


Antônio Lázaro de Almeida Prado




O MUDO FALANTE

O ar, o sol, o sal, a salamandra
O giro, o risco, o vértice, a vertigem
E a dança, o salto, a chama, a chispa, o
Enxame, o rodopiar, o saltimbanco

O lance, o tremular, a chama e centelha,
A queda, a propulsão e o tresloucado
Vórtice. Evoé! alma... Evoé! corpo!
Juntos à roda do leste círculo...

Que o canto só desponte no mutável
Jamais horizontal, sempre ondulante
E suba e desça, e gire, rodopiante
E faça circulante a quadratura.

A ciranda da mente, o sagacíssimo
Elã de fulgurantes emoções
E o ritmo do rapto, corretivo
À tarda tartaruga dos instantes.

Evoé! corpo, evoé! alma, falésias, evoé!
E vamos para a audácia, para o salto
Triplo do vórtice, em girândola.

O ar, o mar, o sol, a salamandra
Incendiada, para além, para além
Jamais parando, num rapto que faz o vento
Semelhante a trôpega serpente claudicante.

O ar, o sal, o sol, a salamandra...

Antônio Lázaro de Almeida Prado


IL MUTO PARLANTE

L’aria, il sole, il sale, la salamandra
Il giro, il graffio, il vertice, la vertigine
E la danza, il salto, la fiamma, la scintilla
Lo sciame, il volteggiarsi, il saltimbanco

Il lancio, lo svolazzare, fiamma e barlume
La caduta, la propulsione e l’ammattito
Vortice. Evoè! anima… Evoè! corpo!
Insieme alla ruota del lesto cerchio …

Che il canto spunti solo nel mutevole
Mai orizzontale, sempre ondulante
E salga e scenda, e giri, svolazzante
E faccia circonferire la quadratura.

Il canto della mente, il sagacissimo
Impeto di folgoranti emozioni
E il ritmo del ratto, correttivo
Alla temporeggiante tartaruga degli instanti.

Evoè! corpo, evoè! anima, falesie, evoè!
E andiamo verso l’audacia, verso il salto
Triplice del vortice, in girandole.

L’aria, il mare, il sole, la salamandra
Bruciante, oltre, ben oltre
Mai ferma, in un ratto che fa il vento
Assomigliare all’inciampante serpente zoppo.

L’aria, il sale, il sole, la salamandra …


Transliteração com muito carinho e admiração por Francesca Cricelli
São Paulo 23 de Julho 2010



O VALOR DA VIDA...

Tudo o que é da vida tem valor e brilho:
A Rosa eficaz, o trigo ou o milho,
A chama do amor, forte, inextinguível,
O tempo que passa, a hora futura,
O sopro, a fumaça, a fruta madura,
Tudo, só quem ama, faz tornar possível.
Todo o bem da vida sobrepassa a usura,
Torna o amor terreno uma coisa pura,
Boa de viver-se, coisa tão preciosa
Como o amor-perfeito e o sabor da Rosa.
E o melhor da vida é que não tem preço
É um bem gratuito, digno de apreço.
Tudo o que é da vida, para nossa sorte,
Vive além do tempo e cancela a morte,
Cabe num sorriso, breve, da criança
Qual matriz perene, base da Esperança,
E, num zig-zag, todo o céu se inflama,
Que o mundo vale só para quem ama...


Assis, 1º de julho de 2009
Antônio Lázaro de Almeida Prado






SE ARTE, REPARTE

Com outros reparta o sol
A sombra (fatal parceira)
Com fúria de enredadeira
Empalidece o arrebol.

Com outros comungue a vida
O acre da amarga vinha
Deixe à escolha (iludida)
Da inveja, louca e mesquinha.

Com outros prove do vinho,
Generoso, do viver
E faça do seu vizinho
Parceiro do ser e ter.

Beba com outros a pura
Límpida linfa da vida
Que mais se adoça e se apura
Quanto mais for dividida.

Com outros beba alegria
Prove a ventura do trigo
Prove o bem da companhia
Faça de tudo um amigo.

No exercício do amor
Condivida o seu prazer;
Repartida, a própria dor
É mais fácil de viver.

Com outros reparta o sol
Com outros componha a vida
Se amarga, a vida de um só
Doce, a vida repartida.

Antônio Lázaro de Almeida Prado
















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