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terça-feira, 26 de janeiro de 2010

CHAMA POÉTICA "fELISidade" - Homenagem a Elis Regina
































CHAMA POÉTICA FELISIDADE
Casa das Rosas
Dia 26 de fevereiro, às 20h00
Entrada Franca

RELEASE:

O show idealizado pelo maestro, compositor e instrumentista Natan Marques em homenagem à cantora Elis Regina, que segue a trajetória dos oito anos em que trabalharam juntos, será apresentado pelo Chama Poética, no dia 26 de fevereiro, às 17h00 na Casa das Rosas. O especial FELISIDADE conta com a apresentação e leitura de textos pelo ator e poeta Alex Dias e Fernanda de Almeida Prado, diretora do Chama Poética. Espetáculos que marcaram época, como Falso Brilhante, Transversal do Tempo, Essa Mulher, Saudades do Brasil e Trem Azul são relembrados por meio de um repertório cheio de canções que emocionam, além de causos relatados pelo próprio músico.

Para interpretar os sucessos de Elis, o maestro, que assinou a direção musical de Trem Azul, conta com a participação da cantora Myrthes Aguiar e de Cláudio Rocha, no baixo. A entrada é franca.


Repertório do show:

1 - 20 Anos Blue - Suely Costa e Vitor Martins
2 - Ladeira da Preguiça - Gilberto Gil
3 - Atrás da Porta - Chico Buarque e Francis Hime
4 - Bala com Bala - João Bosco e Aldir Blanc
5 - Na Batucada da Vida - Ary Barroso e Luiz Peixoto
6 - Amor Até o Fim (Gilberto Gil) / Brigas Nunca Mais (Tom Jobim e Vinícius de Moraes)
7 - O Que Tinha de Ser (Tom Jobim e Vinícius de Moraes) / Sabiá (Tom Jobim e Chico Buarque)
8 - Caxangá - Milton Nascimento e Fernando Brant
9 - Morro Velho - Milton Nascimento
10 - Vou Deitar e Rolar (Baden Powell e Vinícius de Moraes) / Cai Dentro (Baden Powell e Paulo César Pinheiro)
11 - Conversando no Bar - Milton Nascimento e Fernando Brant
12 - Vento de Maio - Telo Borges e Marcio Borges
13 - Me Deixas Louca - Armando Manzaneiro e Paulo Coelho
14- O Trem Azul - Lô Borges e Ronaldo Bastos
15 - Sai Dessa - Natan Marques e Ana Terra
16 - Vera Cruz (Milton Nascimento e Márcio Borges) / O Que Foi Feito Deverá (Milton Nascimento e Fernando Brant)
17 - Restos e Rastros - Natan Marques e Thais Andrade
18 - Como Nossos Pais - Belchior
19 - Vero - Natan Marques e Murilo antunes

CHAMA POÉTICA HOMENAGEIA O CENTENÁRIO DE ADONIRAN BARBOSA

Como surgiu o pseudônimo Adoniran Barbosa?

“Onde é que já se viu um sambista com um nome italiano como Rubinato?” Decidi mudar...
Foi assim: O Luis Barbosa, cantor de samba carioca, meu amigo, vinha sempre pra São Paulo e a gente passeava aqui. Adoniran era um rapaz do correio, muito meu amigo também. Ai juntei os dois e ficou assim: Adoniran Barbosa. Uso Adoniran desde que comecei cantar e como ator também.

Como você começou a sua vida no Rádio?
Pra falar a verdade eu queria mesmo é ser ator, mas eu era sempre recusado nos testes, daí percebi que no meu tempo, o que fazia um artista ser bem conhecido mesmo, era o rádio, então eu ia pra Rádio Cruzeiro do Sul e ficava lá o dia todo, comecei tentando a sorte como calouro mas fui gongado três vezes. Dali a pouco eu comecei carreira como compositor e também como ator de rádio.

Adoniran, quem é o Álvaro, da música Tiro ao Álvaro, última música sua que Elis Regina gravou?
Álvaro é alvo mesmo. Já foi a um parque de diversão? Não tem um tiro ao alvo lá? Eu falo Álvaro, falo Álvaro pra fazer graça... E sabe que essa música foi vetada no ano de 1973, pela ditadura. Eles grifaram as palavras que eu escrevo errado e justificarm assim: “A FALTA DE GOSTO IMPEDI A LIBERAÇÃO DA LETRA.” E eu digo, Falar Errado É Uma Arte, Senão Vira Deboche. Mas muito melhor que papiar é escutar...


Meu nome é João Rubinato, nome que os meus pais me deram, e faziam questão de não usar, porque eles me chamavam de Joanin, coisa de imigrantes italianos, que eram. Mas sou mais conhecido como Adoniran Barbosa, nascido no dia 06 de agosto de 1910, em Valinhos.


“Nunca aprendi a fazer negócio. Comprova um par de meia por dez mil réis e vendia por oito, para acabar logo com a mercadoria e me mandar pra casa. Não dava pé, nem meia, muito menos lucro”.
E o pecado morava perto, a Rádio Cruzeiro do Sul , onde eu ia todo dia pra espiar um pouquinho e acabava ficando o dia todo.




Adoniran, é verdade que você fez para a Mathilde uma aliança com uma corda de cavaquinho?
É verdade. Muita gente me criticou falando que cavaquinho não tem corda MI. Mas eu não sou sujeito bom de estudo, então não sei se tem ou não, o fato é que tirei a corda do cavaquinho e fiz a aliança.

Mathilde, e como vocês se conheceram?

Ah eu ja era fã do Barbosa, sabe, eu ia sempre assistir os programas que ele fazia na Rádio Record, comecei a ir porque gostava dos programas, aí comecei a gostar ainda mais dele. Eu era disquitada naquela época e ele também, eu morava com os meus pais e pra minha surpresa foi que de uma olhada de cá e outra correspondida de lá...

“Eu vi que ali estava uma mulher de verdade.”

Mathilde, conta pra gente, o Adoniran tem alguma mania?

Ah se tem. Ai de mim se eu não estiver de volta do meu passeio com o Peteleco antes dele chegar. O Peteleco só falta falar, vocês sabem? Fora isso, comer macarronada com frango frito todo domingo é religioso. O problema é que ele gosta de ir comprar o frango vivo e levar para eu matar o bichinho. Mas no meio do caminho ele já pegou gosto com a galinha, já colocou nome e não tem mais coragem de matá-la. Sabendo disso, tenho sempre um franguinho congelado, porque o danado não abre mão de comer o frango, mas não me deixa matar a galinha.

Falando em comida, é verdade que Torresmo à Milanesa era Bife à Milanesa?

É verdade, essa música eu fiz com um parceiro novinho de boemia, o Carlinhos Vergueiro, que tinha 21 anos na época, a gente se encontrava num boteco, comia, bebia, papiava e depois eu tirava um cochilo lá mesmo. Um dia fizemos essa música, mas era Bife à Milanesa. Mas eu disse pro Carlinhos colocar “Torresmo à Milanesa”, ele perguntou porque um torresmo, Adoniran? E eu disse: “Porque um torresmo é mais triste!”.

Como surgiu, a inspiração para compor Iracema e Saudosa Maloca?

De noite, saía pra dar um passeio com o Peteleco, meu cachorro, pela rua Aurora. Onde hoje é o cine Áurea era o Hotel Albion, que acabou sendo demolido. O prédio ficou abandonado por uma porção de tempo, e uns sujeitos que ganhavam a vida fazendo biscates, lavando carros, ou como engraxates, de noite se escondiam lá dentro. Eu e o Peteleco ia lá, eu conhecia todos eles: o Joca, o Mato Grosso, o Corintiano, e a gente ficava batendo papo. No dia que começou a demolição eu cheguei lá e não vi mais eles, daí escrevi Saudosa Maloca, que é um samba pra eles.
Iracema, essa música eu escrevi depois de ler uma notícia de Jornal –coloquei na letra uma mulher que foi atropelada na Avenida São Jõao. A notícia do jornal dizia que o acidente foi na Consolação. Foi o primeiro samba errado que eu fiz.

Adoniran, como você se sente sendo o vencedor de 1965, do Concurso Oficial de Músicas Carnavalescas, com o samba “Trem das Onze”.
Fazer samba no Rio é fácil, quero ver fazer samba em São Paulo, como nomes como ITAQUAQUECETUBA...



Adoniran, você pode nos falar um pouco de seus parceiros de música? É verdade que foi parceiro do Vinícius de Moraes?

Eu tive muito parceiro bom. Um dia a Aracy de Almeida, que era muito minha amiga e muito amiga dele, disse que o poetinha tava em Paris, pela tal de UNESCO, ela recebeu uma carta dele e dentro tava uma letra, aproveitando que eu tava ali, ela pediu pra eu musicar.
Quer dizer que a letra é de Vinicius de Moraes e a melodia é que é sua.
A letra de Bom Dia Tristeza é de Vinicius e a musiquinha é minha.

Adoniran, de quem é Saudosa Maloca?

Esse samba eu fiz, eu fiz comigo mesmo. Mas tem gente que não sabe, mas eu também fui parceiro daquela poeta bonita.
Aquela com nome de gringa... HILDA HILST.

Que interessante, Adoniran, como surgiu a parceria?

Eu li um poema dela e quis conhecer a autora. Ela era uma bambina belíssima de 20 anos, muito da inteligente. A gente marcou um encontro no Bar do hotel Jaraguá e durante a conversa a danada escreveu 3 poeminhas, eu musiquei um, que quem cantou foi o Silvio Caldas, “Quando Te Achei”, e as outras duas estão inéditas.
Falando nas suas parcerias... Seu Ernesto, conta pra gente como surgiu o Samba que o Adoniran fez para o senhor...


CHAMA POÉTICA
ADONIRAN BARBOSA

dia 30 de janeiro, às 18h00 na Casa das Rosas

RELEASE:

Se existe um músico que amou São Paulo e declarou toda essa paixão em muitos versos musicados, foi Adoniran Barbosa. E para comemorar o centenário de nascimento deste que é um dos maiores compositores da MPB e os 456 anos da cidade de São Paulo, o Sarau Chama Poética apresenta o especial ADONIRAN BARBOSA, dia 30 de janeiro, às 18h00 na Casa das Rosas. A ator e poeta Alex Dias, contará histórias da vida de Adoniran Barbosa, juntamente com a atriz e poetisa Francesca Cricelli e Fernanda de Almeida Prado, que dirige o evento. Na parte musical, o cantor, compositor e poeta Guca Domenico dividirá o palco com o cantor Roberto Seresteiro - que será acompanhado dos músicos Bruno Lavorini (violão de sete cordas), Maik Moura (bandolim) e Rafael Ceará (pandeiro) – e interpretarão as canções de Adoniran Barbosa, muito conhecidas pelo grande público pelo retrato fiel e delicado da cidade paulistana. O humor de Adoniran e seu refinamento crítico através de uma linguagem simples, que encanta gerações através de seus sambas, fará deste evento um grande presente para o público que comemorará o centenário do compositor e o aniversário de São Paulo.

Entrada franca.

Repertório:

Guca Domenico
1. Trem das 11
2. Iracema
3. As mariposa
4. Samba italiano
5. Saudosa maloca
6. Torresmo á milanesa
7. Prova de Carinho
8. Morro da Casa Verde


Roberto Seresteiro
1 – Tiro Ao Álvaro
2 – Conselho de Mulher
3 – Vila Esperança
4 – Despejo na favela
5 – Tocar na banda
6 – Joga a chave
7 – Samba do Metrô
8 – Apaga o fogo, Mané ou Um samba no Bixiga

Bis: Trem das Onze

Músicos:
Guca Domenico – Voz e Violão

Roberto Seresteiro - Voz
Bruno Lavorini (violão de 7 cordas)
Maik Moura (bandolim)
Rafael Ceará (pandeiro)