
Rastro
- Alex Dias
esvoaçante
a cortina verde
era engolida
pela boca da luz.
a sua pele branca
era um tecido
úmido
a me engolir
como um mar.
o mais, eram
estrelas, relâmpagos
vulcões...
flor que se cravou na pele
(pelos espinhos)
e apaziguou
(pela maciez das pétalas)
nossos corpos
e a luz
(como uma grande onda)
arrebentou na janela.

Experimental I - Erótica flamenca (auto-transliteração)
- Francesca Cricelli
Queria que me tocasses
como a mais cigana de tuas guitarras.
vibrar minhas cordas
sob o aperto estreito de teus dedos,
apoiar-me nas tuas pernas,
sentir frisar a dança do teu ventre
sobre o meu dorso.
Queria que imprimisses em mim
tua batida,
ritmo voraz
tuas mãos tão rubras
(arranhando as minhas cordas)
tocando-me uma e outra vez
como a mais cigana das tuas guitarras.
RETRATOS FALADOS (Nº 1)
O NASCIMENTO DE THEMIS...
Quando Themis surgiu, abriu-se a rosa
E arco-íris rebrilhou no Paraíso,
Iniciou-se uma era esplendorosa
E o mundo conheceu o que é o sorriso.
Quando Themis surgiu, nasceu o dia
E o sol se reabriu, claro e preciso,
Inaugurou-se a Era da Poesia
E o som ganhou um tom novo e incisivo.
Quando Themis surgiu, em nova Era,
A beleza deixou de ser quimera,
E o sonho fez florir o campo e o prado,
Por graça de um amor sempre esperado.
Tudo que fora triste refloriu
O que fora cadente ressurgiu
Revestiu-se de sonho o mês de abril
Simplesmente porque Themis sorriu...
Assis, 29 de junho de 2009
Antônio Lázaro de Almeida Prado